terça-feira, 31 de maio de 2016

33 contra 1


Eu estou cansada! Cansada de escutar: "Ah, mas ela é uma vadia mesmo", "Ah, mas ela mereceu, é uma drogada", "Ela quem quis dar pro bonde", "A culpa é dela". A CULPA NÃO É DELA!! Até quando vamos ter que escutar tantos absurdos sobre um crime tão bárbaro? Não importa se ela costumava transar com 10, 20, ou 30, o que importa agora, é que era uma menina de 16 anos, DESACORDADA, sendo usada, abusada, ESTUPRADA por 33 "homens" que se acharam no direito não só de abusar da moça, como também divulgar imagens se vangloriando de tal feito, em que mundo estamos? Para aí que eu quero descer dessa nave, porque eu realmente achei que estávamos no século XXI, onde estupro É CRIME! Sim meus amigos, pasmem, estupro é crime! Mas, como vivemos no Brasil, aqui a coisa funciona de modo diferente, aqui a vitima é quem tem culpa, afinal ela nasceu né? Quem mandou ela nascer? A culpa é dela mesmo, além de nascer, ainda nasceu mulher, o que ela estava pensando? Nascer mulher num país onde a pessoa responsável por investigar e punir os culpados, investiga a vítima, se preocupa em saber com quantos homens ela costumava transar antes do fato ocorrido? Ah não, a culpa é dela mesmo. Deixa-me dizer uma coisa, NÃO IMPORTA COM QUANTOS HOMENS ELA QUEIRA TRANSAR, se ela quiser transar com 20, ela transa, mas se ela simplesmente não "tá afim" em determinado dia, e ela é forçada a fazer somente porque era "acostumada", isso, meus amigos, é Estupro, se ela chamou o bonde todo, mas na hora desistiu o os "rapazes" resolveram que ela ia ter que fazer assim mesmo? Estupro. Se ela chamou o bonde, estava disposta, mas na hora desmaiou, dormiu, ou coisa parecida, e mesmo assim aqueles animais decidiram que iam fazer? ESTUPRO. Não há outro nome para esse crime, não foi suruba, não foi safadeza, foi estupro, talvez tenhamos que repetir mil vezes para que algumas pessoas entendam. E você, pacato cidadão, que tem mãe, que tem irmã, que tem filha, que não estava entre os 33, mas que está no seu sofá agora recebendo os vídeos e imagens do corpo dilacerado daquela jovem e está rindo, chamando-a de "puta" e repassando para outros grupos no seu whatsapp, eu desejo que você sinta a dor que essa moça sentiu e vai sentir por toda vida. Eu desejo que todos os 33 animais que praticaram este crime sejam presos e paguem pelo que fizeram, desejo que eles parem de acenar e sorrir para as câmeras rindo de todas nós mulheres e com a certeza da impunidade, eu desejo poder sair sozinha a noite, eu desejo não ter que correr do ponto de ônibus até em casa, eu desejo não ter que apressar o passo porque um homem se aproxima atrás de mim, eu desejo poder pegar um táxi sem medo, eu desejo não ser “encoxada” dentro do ônibus, eu desejo que ninguém mais passe pelo que essa jovem passou, eu desejo um mundo onde a vítima não seja culpada pelo seu sofrimento. Ninguém merece ser estuprada, Estupro, É CRIME.


quinta-feira, 12 de maio de 2016

Dias de chuva!

Saiu aquele dia como se não fosse mais voltar, e não voltou. Comeu aquele dia como se não fosse mais comer, e não comeu. Sentiu aquele dia como se não fosse mais sentir, e não sentiu. Estava ali, mas era como se não estivesse.
                                                                                             
                                                                                        Dayana Couto


segunda-feira, 9 de maio de 2016

Precipício!

Repetidas vezes tentou sair, murmurou, bateu, não conseguiu. Estava presa a si mesma e não sabia sair. Não queria estar ali, não era feliz. Mas o que poderia fazer? Fez escolhas e sabia como as coisas aconteceriam, Avistou o penhasco e mesmo assim seguiu em frente, pulou. Queda livre sem avistar  o fim, gargalhou com  o vento que batia em seu rosto fortemente e bagunçava os cabelos, embora soubesse, que quando encontrasse o chão, seria o fim, sentiu tudo o que tinha pra sentir, viveu tudo o que tinha pra viver, fez as escolhas que queria fazer, viveu como queria viver, e morreu.

                                                                                   Dayana Couto






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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Olha lá, ele não é feliz!

Como se nada fizesse sentido, viu o pôr do sol amarelado, lembrou-se de algo? Não sabe. Era um mundo azul, cheio de faces, um mundo vazio que não preenchia, não encontrou paz, não encontrou vida. Era um mundo pequeno, onde as pessoas não se conheciam, um mundo onde tudo era distante. Há tempos não sabia o que era sentir, tudo o que sabia era que existia e estava ali. Lembrava-se de um calor, mas agora não o tinha mais, não conseguiu entender, ascendeu uma fogueira, queimou, mas não aqueceu, o frio que sentia vinha de dentro e aos poucos tirava-lhe o fôlego de vida que ainda restava. Perdeu-se em meio a tudo, vagou em busca de si mesma, afundou  sozinha naquele mar que a sufocava, não encontrou o ar que lhe faltava, não teve ajuda como esperava, somente afundou, devagar, sem lutar, sem tentar, afogou-se sozinha num mar salgado que havia criado. Cansada, fechou os olhos e flutuou, sorriu, enfim estava livre do fardo que carregava, agora, no fundo daquele mar, sem ar, sem vida, era feliz, sentiu novamente o calor que há muito procurava, e que só agora encontrava. Não aconselho que julgues a sua dor, pois quem não sentiu, não saberá porque existiu, não queira dar sentido à coisas que não se explicam. A dor que sentia foi maior que a vida, não suportou ser quem era, não reconheceu seu reflexo,  não quis estar ali, não tentou sair, mas como explicar?  Justificar? Julgar? Não pode, não dá. Somente quem sentiu saberá que existiu, somente quando fechar os olhos e flutuar em seu próprio mar saberá explicar.
 
                                                                                 Dayana Couto
 
 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Luz no fim do túnel, beco sem saída!

Talvez a vida não esteja lhe dando muitas oportunidades, ou talvez você não tenha percebido, o fato é que muitos dias têm chovido, e você têm se escondido embaixo de cobertas quentes. Alguns dias o céu está tão cinza que não dá pra ver o sol, então você volta e se esconde. Às vezes, mesmo que muito rapidamente, o sol aparece, então você sai e respira todo ar que pode guardar em seus pulmões, e o segura como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, e é. À noite você sai só para olhar as estrelas e a lua, imagina nelas um refúgio e foge. Enquanto toda aquela chuva cai, você observa cheio de vontade, quer pular e  brincar com toda aquela água, mas não pode, então volta para seu quarto, para as quatro paredes convencionais que lhe dão um certo conforto, mas lhe tirão o brilho nos olhos. Às vezes dorme, outras pensa. Pensa como seria poder brincar na chuva.
 
 
                                                                   Dayana Couto
 
 

domingo, 28 de junho de 2015

Saudade, o meu remédio é cantar!

Pra falar a verdade, eu sinto falta do cheiro da terra molhada. Eu sinto falta de cada risada, das pedras, das noites cheias de lua e das histórias que me tiravam o sono. As coisas mais simples sempre me fizeram feliz, lembro dos colchões improvisados feitos dos galhos das árvores, era sempre um sono bom, tranquilo. Um corpo envelhecido, marcado pelo tempo, mas o coração não, o coração era jovem, cheio de vida. São muitas piadas pra sentir saudade, são muitos banhos de mangueira, são muitas tardes pra lembrar. Todas as vezes que eu pisar descalça naquele chão, vou lembrar, sempre que eu olhar pra toda aquela água, eu vou lembrar. Vou lembrar daqueles cabelos brancos, despenteados, cobertos com um boné velho, e que vez em quando matava a saudade tocando uma sanfona imaginária.
 
 
                                                                                   Dayana Couto



terça-feira, 23 de junho de 2015

São João

Pode cair um mundo de água, mas a fogueira continuará acesa. Pode o céu desabar de chuva, ainda restará uma chama, mesmo que a cidade inteira transborde, ainda sim haverá calor. Quando um novo dia surgir e o sol voltar a iluminar cada canto desse mundo, quando o vento soprar e remexer as cinzas, ali no fundo existirá uma brasa quase apagada, mas ainda queimando, ela renascerá, vai arder novamente como antes e contagiar as brasas ao seu redor, alguém vai soprar, mexer aqui e acolá, acrescentar madeira, e pronto, está feita novamente a fogueira, voltou a arder a chama que antes havia esfriado. 
 
                                                                               Dayana Couto
 
 
 

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Eu me pego pensando em você

    Como eu queria poder te sentir novamente, poder sentir sua pele, sentir o seu gosto. Como queria poder colar em você, te encher de carinhos, sentir sua respiração tão perto a ponto de confundi-la com a minha, nossa, como eu queria. Tenho pensado em você, tenho sonhado com você, as vezes acordo de um desses sonhos e entristeço ao perceber que não é real, você me faz falta. Não sei exatamente por que escrevo aqui, agora, talvez por que já não caiba em mim tantos sentimentos, mas o fato é que você tem ocupado todos os meus pensamentos. Tão sublime é o amor, tão raro encontrar alguém com quem se queira passar o resto da vida, e eu encontrei. Encontrei alguém que se encaixa perfeitamente em mim, alguém com quem eu quero dividir todos os momentos da minha vida, alguém que me corresponde. Eu encontrei em seus olhos a verdade que eu procurava, encontrei em seu colo o carinho que eu precisava. Mas é impossível. Lembro-me dos meus tempos de criança, quando ouvia as lindas histórias de amor dos contos de fadas, eu pensava: Quero um dia viver um amor "impossível", pois é, eu não sabia o que estava dizendo, pois aqui estou eu, escrevendo sobre o tal amor Impossível e entristecendo toda vez que lembro que o amor que eu encontrei não pode ser meu.


                                                                                                               Dayana Couto